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30
março
2015

A expressão idiótes no grego significa; aquele que só vive a vida privada e se recusa à política.
Mas quem vive apenas a sua vida privada se vivemos em sociedade? Política não é apenas o que se faz em Brasilia, política todos fazemos no dia-a-dia, nos direitos e deveres de cada cidadão.

Mario Sergio Cortella e Renato Janine Ribeiro conversam sobre; direitos, deveres, liberdade, sociedade, democracia, ou seja, a política do cotidiano. O livro apresenta um debate inteligente e que nos leva à refletir sobre os temas citados, e que fazem parte do nosso cotidiano.

"Outro dia voltava de Campinas pala rodovia Bandeirantes, e na frente havia um caminhão baú com aquela frase obrigatória da empresa "como estou dirigindo?", más ele deu sequencia à frase, assim: Como estou dirigindo? Mal? Dane-se, o caminhão é meu" 
"Alguns hoje entendem liberdade e direitos como uma propriedade ou objeto de consumo" 
"Muita gente questiona a lei anti fumo em ambientes públicos, mas a lei não proíbe ninguém de fumar, proíbe que o individuo terceirize a sua fumaça, que o outro aspire seu fumo. 

Conviver em sociedade significa que o seu direito termina onde começa o direito do outro, a liberdade não é soberana à ninguém.

"No Brasil, na déc de 70, havia uma operação policial frequente que era a revista de carros nas ruas. Eu já estava acostumado, mas um dia me dei conta de que fazia quase um ano que isso não acontecia. Não notei no primeiro dia, na primeira semana, no primeiro mês, mas me surpreendi ao notar que já fazia quase um ano. Devo isso ao fato que a liberdade é algo natural ao ser humano. É como a saúde, não notamos quando estamos saudáveis, mas notamos a doença quando ela nos acomete" 

Creio (e os autores também citam algo semelhante) que este seja o motivo pelo qual não damos real valor à nossa democracia, questionamos tanto sobre "que democracia é essa?" Poruqe não vivemos durante a repressão. Só quem teve sua liberdade tomada é que entende a falta dela e valoriza hoje as conquistas dessa geração que lutou para que nós, que não estávamos presentes, pudéssemos hoje ter os direitos democráticos do qual usufruímos. Não damos valor nem à nossa atual democracia e nem àqueles que colocaram suas vidas em risco por ela.
 
E hoje? Porque não continuamos lutando para melhorar a atual situação politica?
Os autores citam a atual questão da corrupção, não como algo que surgiu agora, mas sim que está apenas mais visível, e não só no Brasil, é um problema presente no mundo, e visto como algo sem solução. As pessoas precisam ter um objetivo pelo qual lutar, que acreditem que dê resultado, quando não alcançamos os resultados esperados desistimos de agir, além disso nem ao menos temos um objetivo determinado, um horizonte para alcançar, não sabemos exatamente pelo que lutar e como, ao contrário da geração da déc de 70 que tinham um inimigo determinado: a ditadura militar; e tinham um objetivo para alcançar; derrubá-la e reconquistar a liberdade de expressão.

Segundo Cortella, "Falta-nos hoje um horizonte-adversário, aquilo que podemos chamar de utopia no sentido em que Eduardo Galeano utiliza a ideia quando define: "A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos, jamais o alcançarei. Para que serve a utopia? Para que eu não deixe de caminhar" 

Más na prática quando percebemos que o horizonte é inalcançável, desistimos de tentar nos aproximar.

"Uns anos atrás, um acadêmico português em visita ao Brasil, comentando o aniversário do descobrimento disse: "Vocês brasileiros têm que parar de culpar a colonização portuguesa, porque já fomos embora há quase 200 anos. Chega de falar mal do legado português: vocês já tiveram tempo de mudar tudo"
 
"A sociedade brasileira tem uma visão bastante limitada de responsabilidade. Queremos receber as benesses do Estado, sem pensar no que vamos dar, ou no quanto elas custam. Deixamos a desejar no que se refere à noção de que respondemos pelos nossos atos. Enfim, meu filho vai ser, pelo menos em parte, quem eu contribuí para que ele fosse,; a sociedade vai ser aquela que eu ajudei a construir, ou contribuí para que piorasse, e assim por diante. (Janine Ribeiro)" 

Fonte: dicasdeboaleitura.blogspot.com.br